TSF

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ser(emos) livres?



Quando nascemos ninguém nos perguntou se queríamos, quando e se desejávamos que isso acontecesse.
É a decisão de outros que faz com que se gere o ser que somos e acaba por vir a este mundo.Passamos então a viver nele com alegria ou sem ela, com entusiasmo ou desinteresse, com felicidade ou com angustia.Tudo vai evoluindo "à latere" da vontade do individuo, porque este só o é, após a concepção do mesmo.Somos condenados a viver?
Para viver a vida que nos foi imposta é preciso lutar, ter vontade e estar certo de que há algo de interesse que nos possa dar satisfação e que justifique, ou seja, a nossa razão de viver.
É essa a nossa liberdade, a liberdade de escolher como viver a vida enquanto a possuímos.Escolha assaz difícil, porquanto todos queremos viver, ter saúde e bem estar.
É nossa a responsabilidade de procurar viver bem.Não existe ser humano que lute para viver infeliz, no entanto, nesse aspecto, não se pode ser tão livre como se pensa.Algo continua preso, condenado à nossa criação ...todos erramos, pois como o velho proverbio latim diz:"errare humanum est".Com efeito, todos aprendemos com os erros e ninguém terá a lucidez suficiente para dirimir as questões que se nos apresentam.Somos livres, mas nunca uma liberdade completa porque "ela" é sempre limitada por quem nos "condenou" a nascer.
A vida corre tão depressa... já dizia Fernando pessoa, "A ciência é tão pesada e a vida tão célere".Não damos conta que foram anos de luta, com alegrias e tristezas, com sucessos e insucessos, mas que foram anos em que tivemos a responsabilidade de viver a vida, porque essa é só nossa .Mesmo quando temos ajuda a interpretá-la, é a nós que compete a decisão final.Porém não há uma liberdade plena, porque estamos inseridos num Estado de Direito, numa Sociedade guiada pelas Leis.É ou não verdade que somos um animal social?
Quando alguém deixa de ter interesse pela vida poderá, ou não, decidir quando morrer? É óbvio que tem a liberdade de o fazer sempre, algo porém que pode limitar a sua decisão.Poderá não ser o medo, visto que até acredite que a morte é o descanso, depois quiçá, de longos anos dolorosos de vida.Poderá ser a responsabilidade que este sente para com os seus progenitores...Quando alguém está a sofrer com uma doença, para a qual não existe uma cura, e que o vai "minando" física e psiquicamente, é óbvio que tem a liberdade de acabar com a sua vida. É livre de o fazer, mas não plenamente, pois tem a responsabilidade moral, na ética cristã ou de outra religião, de fazer aquilo que bem aprovar.
Seremos mesmo livres depois de nascermos? Pergunta complexa, à qual é muito dificil responder, mas há uma realidade insofismável: Somos condenados a nascer, e, quando nascemos temos a sentença que nos condena a ser livres, mas não totalmente.Somos condenados a nascer e não temos a liberdade para morrer!
A única e verdadeira liberdade que temos é de pensar...mas essa mesmo...só dentro do nosso próprio silêncio.

2 comentários:

Clecia disse...

Oi! Tudo bem? Aqui estou para retribuir a sua visita. Fiquei muito feliz com a sua presença lá no Mar Azul e espero que volte outras vezes. Sobre o post: acho que a liberdade é o que existe de mais importante na vida de uma pessoa. Infelizmente não somos totalmente livres, pois para sê-lo existem tantas e tantas convenções a seguir. Liberdade sim, ainda que parcial. rs Um abraço e boa semana!

Venus de Melo+ disse...

O ser humano é um ser insatisfeito.
Ele é livre quando nasce, mas quer sempre mais do que tem e pode, por isso a sua insatisfação, o sofrimento e tristeza.
Mas é o livre arbítrio a falar mais alto. Que pudemos fazer, se temos essa escolha.

Belas palavras e sábias perguntas, Doc.

Beijus